A Casa Laudelina de Campos Mello – Organização da Mulher
Negra, resiste em Campinas (interior de São Paulo) como Organização
Não-Governamental (ONG) que atua na defesa dos direitos da mulher, da
trabalhadora doméstica e muitas outras bandeiras que renderam à entidade uma
premiação especial, o prêmio Lélia Gozales, concedido pela Presidência da
República. O blogue entrevistou a coordenadora administrativa da casa, Cleusa
Aparecida da Silva para falar do prêmio e da própria ONG. Confira a seguir a
entrevista na íntegra.
Reportagem - Cleusa,
qual foi o prêmio que vocês da Casa Laudelina ganharam?
Cleusa Aparecida da Silvaa - A Casa
Laudelina de Campos Melo foi premiada sela Sepir, que é a Secretaria Especial
de Políticas e Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República e da
Secretaria de Políticas para as Mulheres. É um prêmio denominado Lélia Gonzales
que é uma mulher negra antropóloga que construiu o conceito de feminismo negro
na década de oitenta. Então, em cima do pensamento delas eles fizeram esse
prêmio para o protagonismo das organizações de mulheres negras no Brasil. E
nós, enquanto organização de mulheres negras, concorremos e fomos uma das
organizações premiadas.
Reportagem - O que
significa para vocês esse prêmio?
Cleusa – Esse prêmio
para nós coroa e consolida um processo de grande articulação política com o
Movimento Feminista, com o Movimento de Mulheres Negras, movimentos populares,
sindicais, partidários, não só no nível nacional como no nível internacional.
Por meio da Casa Laudelina nós fazemos parte de uma Rede Nacional de ONGs de
Mulheres Brasileiras e através desta Rede a gente propõem ao Conselho Nacional
dos Direitos da Mulher, Conselho Nacional de Saúde, Conselho Nacional de
Promoção da Igualdade Racial para discutir políticas públicas e orçamento.
Então este prêmio é o reconhecimento político do nosso trabalho coletivo.
Reportagem - Quando
for realizada a premiação?
Cleusa – A
premiação ocorreu agora, dia 22 de maio, em Brasília.
Reportagem – Você poderia
explicar o que é a Casa Laudelina?
Cleusa – A Casa Laudelina é uma ONG. Nós
nascemos em 1989. Tem o nome de Laudelina porque o nosso centro de atuação é a
defesa do reconhecimento e valorização e isonomia de direitos trabalhistas para
as trabalhadoras domésticas. Porém, o nosso trabalho não se restringe soa ao
mundo do trabalho doméstico. Nós trabalhamos a questão da Mulher Negra em
geral, o que abrange também um pouco de Economia Informal e temos coordenações
temáticas na Casa Laudelina, como Saúde da População Negra, trabalhamos a
questão da Educação Inclusiva, trabalhamos com a questão dos direitos humanos
com as questão das fobias sexuais. Então tem vários temas nos quais a Casa
Laudelina interage, cmo Trabalho e Renda ... Então tem várias coordenações
temáticas que organizam a diretoria e a nossa é uma direção colegiada, mas cada
uma de nós coordena uma determinada Pasta e esta Pasta dialoga com os conselhos,
participa de conferências, na mobilização, enfim faz o monitoramento e o
controle social da Política Pública no Brasil.
Reportagem - Você faz
parte da coordenação?
Cleusa – Eu sou
coordenadora administrativa da Casa Laudelina de Campos Melo.
Reportagem – Como que
as pessoas fazem para entrar em contato com a Casa Laudelina?
Cleusa – Para entrar em contato conosco nós temos telefone celular
que é o (19) 9 9718 - 1805 que é o meu, tem o da Nicéia que é o (19) 9 9293 - 7019
e o fixo é (19) 3266 - 5095 e aí falar com Maria que todo mundo conhece como
Mara, que é uma assistente social lá do Cras (Centro de Referência em Assistência Social) lá do Vida Nova e é
integrante da Casa Laudelina.Você pode apoiar direta ou indiretamente, pode ser
colaborador ou levar a sua demanda.As
pessoas podem participar como consultoras, ativistas ou com alguma demanda na
área de discriminação de gênero, de raça ou de LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis), enfim. A
gente está aberto para incidir nesse repertório do preconceito, da
discriminação, e a luta por Políticas Públicas, por equidade e por Justiça
Social.
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