ARTE E MOVIMENTO Veredicto mostra seu trabalho com rap no projeto Fazendo Arte no Parque

Apresentação foi no final da tarde do domingo de Páscoa e teve entrada gratuita

Já era quase noite quando o grupo Veredicto deu entrevista exclusiva em que fala sobre a carreira do grupo e a importância de abrir e ocupar espaços para o rap. O evento foi realizado no Parque Linear Capivari na tarde de 20 de abril de 2014. O encontro mensal é realizado pelo grupo de artistas Geração Underground com apoio da Secretaria da Cultura. Confira a entrevista na íntegra:

Reportagem – O que você acha da iniciativa do Geração, Underground em promover este evento?

Leandro – É legal porque a periferia, ela precisa ocupar os espaços que dela são de direito. Esse parque aqui é um lugar da hora e mostra que a periferia está presente em todos os locais da cidade. Seja no mais rico ou no mais pobre. E o parque é de todos. Essa iniciativa de trazer uma vez por mês é só solidificar aquilo que a periferia tem de direito para usufruir. É legal para caramba.

Reportagem – Você acha que faltam espaços para o hip hop, para se apresentar, para ensaiar?

Leandro – O que eu acho é que na verdade espaço não falta. O que falta é estrutura para que as coisas sejam feitas porque o hip hop você faz na praça, na sua casa, qualquer lugar sem aparelhagem de som. O que está precisando é que uma estrutura dessa aqui que a gente está vendo hoje, esteja disponível em mais eventos e não só em Campinas, como na região.

Reportagem – Desde quando vocês estão na caminhada?

Wendel – Estamos na caminhada aí com o Veredicto há 14 anos.  São 14 anos de estrada de hipo hop são uns 18 ou 19 anos. E eu acho que é asssim: O espaço que tiver pé para ocupar, mas tem que ser ocupado com coerência, entendeu? Infelizmente eu posso dizer que hoje, dentro do rap, do hip hop nacional tem muitas pessoas usando como pretexto o hip hop, com oportunismo, e às vezes não dão aquele apoio adequado. Simplesmente dão as costas quando você vai pedir um apoio. A gente tem toda a vont6ade, mas não tem estrutura. Então o que acontece? Muitos estão aí na política dizendo que representam o hip hop e acaba na verdade pensando no seu bolso em si próprio e não no hip hop em geral, o que acaba abrindo lacunas para outros virem e ocupar e a gente vai ficando para traz. É isso.

Reportagem – Como vocês definem o estilo de vocês?

Wesley – O estilo da gente é favela mesmo, gangsta, pesadão, entendeu? Estilo pesado sem maquiar nada do que a gente vê no dia a dia, na nossa vida, no nosso cotidiano. A ente passa isso para as nossas letras e é mais ou menos isso aí. É o que a gente tá vendo aqui, agora. A população reunida, incluindo crianças, então estamos envolvendo toda a comunidade. E também no meio da comunidade tem um lado ruim que a gente procura mostrar também para que essas crianças que estão crescendo hoje se esquivem desse lado ruim.

Reportagem – De onde vocês são?

Wagner – Então cara. Eu sou o DJ Wagner e a gente é lá de Sorocaba de onde a gente veio para estar fortalecendo este movimento aqui de Campinas.

Reportagem – Como que é a cena do hip hop lá em Sorocaba, falto espaço e estrutura?


Wagner – Exatamente. Como meu parceiro até acabou citando. Espaço tem. Mas existe lá muito oportunista também. Acaba sendo só eles e não abrem espaços É aquele cara que chegou e quer dominar. Mas o hip hop não é de ninguém. Não tem dono o hip hop. O cara acha que é dono, só que não é assim. E os caras que já têm uma caminhada tem que prestar atenção no seguinte também, que do jeito que eles começaram tem que ter oportunidade para outras pessoas estarem chegando também. Isso que é importante. Isso que fortalece Esse irmão que fechou est6a fe3sta e que nos convidou faz a gente sair lá de Sorocaba e estar vindo para Campinas. Isso fortalece o hip hop. A gente precisa disso aí. É isso que a gente precisa. 

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