Comunidade acadêmica e movimentos sociais cobram ações de combate ao racismo na Unicamp
Associação de Docentes da Unicamp apoia investigações de denúncias de racismo no campus
Campinas - Estudantes, funcionários e representantes de movimentos sociais cobraram ações de combate ao racismo na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em Ato Contra o Racismo, realizado nesta segunda-feira (21 de março)- Dia Internacional de Luta Pela Eliminação da Discriminação Racial. A manifestação contou com roda de capoeira, palavras de ordem e pronunciamentos, no Ciclo Básico II, depois prosseguiu com passeata e carro de som até a Reitoria, para entrega de um Manifesto pela criação de uma comissão permanente de combate ao racismo na Unicamp.
“A pergunta que não cala: quantos negros têm na sua sala?”, “Dandara vive e viverá. Mulheres negras, não parem de lutar!”, e “Racistas, fascistas, não passarão!”, foram algumas das palavras de ordem entoadas durante o ato, realizado pelo Núcleo de Consciência Negra da Unicamp, composto por estudantes e funcionários. O ato contou com apoio e participação do presidente da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal, vereador Carlão do PT, e de seu mandato, que também coordena a Campanha É Racismo! Não É Um Mal Entendido. Ele assina o Manifesto, ao lado de coletivos e movimentos sociais.
Entre os motivos apontados no documento para a criação da comissão estão “a insuficiência do sistema de bonificação adotado pela Unicamp no vestibular (para ampliar o acesso de alunos de escolas públicas), em detrimento do sistema de cotas (adotado nas universidades federais para inclusão de negros e índios)” e a ocorrência de “manifestações racistas” na universidade. As mais recentes foram pichações no IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) com a frase “White Power” (Força Branca), acompanhada de símbolo da seita Ku Klux Kan (KKK), entre outras que fazem referência ao nazismo
Entre outras considerações no texto também está a necessária aplicação das leis federais 10.639/03 e 11.645/08, que incluíram na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas. “Dada a importância do tema e seu indubitável impacto social, temos a firme convicção de que tal comissão deve necessariamente ser integrada por setores engajados na luta anti-racista, tanto dentro quanto fora dos muros da universidade.”, justificam no Manifesto.
Docentes
Antes do ato, Carlão se reuniu com o presidente da Associação de Docentes da Unicamp (Adunicamp), Paulo César Centoducatte, e o 1º secretário, Paulo Sampaio Oliveira, que manifestaram o apoio da entidade a ações de conscientização sobre igualdade racial e às investigações de denúncias de racismo no campus. “Toda denúncia deve ser apurada, de forma isenta e com todo o rigor”, disse o presidente. Oliveira compareceu ao Ato Contra o Racismo, representando a Adunicamp. A reunião e o Ato contaram, ainda, com a participação de Edna Lourenço, do grupo Força da Raça.
Até o momento, não há informação da abertura de procedimento no IFCH para apurar as responsabilidades pelas pichações discriminatórias. Em reunião com Carlão, na semana passada, o vice-reitor, Álvaro Crósta, disse que se não fossem tomadas providências na unidade (IFCH), eles tomariam na Reitoria. Saiba+ sobre essa reunião: http://www.carlaopt.com.br/ 2016/03/pichacoes-racistas- ifch-unicamp-reuniao.html.
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