Geoconda

Geoconda acompanha pelo Facebook os últimos acontecimentos envolvendo a realização de manifestações por todo o País. Ainda não foi em nenhuma delas. Até tem vontade, mas prefere ver da televisão, mas principalmente no Facebook onde os amigos dela postam fotos e as mais variadas opiniões sobre os protestos que ocorrem nas principais cidades do Brasil. Ainda que não entendam o que está acontecendo, a maioria deles, que já têm telefones com internet, foto e vídeo, enviam ao público fragmentos do que parecem manifestações umas vezes mais nervosas outras mais apáticas. Geoconda tem medo de bombas e dessas pessoas que usam camisas nos rostos, mas ao mesmo tempo ela acha sexy aqueles garotos correndo e aqueles guardar e policiais fardados e com cara de determinação. Geoconda teme descer do apartamento e se entregar ao que soa para ela como um tumulto sem precedentes naquelas terras que sua família habita há tanto tempo sem nunca terem visto nada igual. Quis, por alguns momentos, estar em outro século, onde teria a proteção de seus próprios agentes de segurança que poderiam prender e açoitar os arruaceiros. Mas Gioconda recua e pensa: "Nossa, como eu sou uma menina má".

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