Racismo Institucional será debatido na Unicamp no 13 de Maio

Campinas, 11 de Maio de 2016- O Racismo Institucional, que ocorre com a discriminação gerada pelo Estado e outras instituições, é o tema de debate público na Unicamp, às 12h de sexta-feira, dia 13 de Maio (Dia Nacional de Combate ao Racismo), na sede da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp). O evento é realizado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Carlão do PT; Adunicamp; Ficafro e CAC (Coordenadoria de Assuntos Comunitários da Unicamp).

O debate é dirigido à comunidade acadêmica (alunos, professores e funcionários), mas aberto a todos os interessados. Carlão explica que o objetivo é contribuir com a reflexão e conscientização das pessoas sobre a existência do problema, evidenciado em pichações racistas no IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), que viraram notícia em todo o País no início do ano.

A realização do evento foi definida por um grupo de trabalho, que inclui, além dos realizadores, representantes de funcionários, alunos e movimento negro. Segundo Carlão, outras atividades estão sendo programadas pelo GT, que é coordenado pela professora Angela Soligo, do Departamento de Educação da Unicamp. “Entre as demandas em pauta está a inclusão do ensino da história da África e afro-brasileira em todos os cursos da Universidade”, conta o vereador.  

O mandato de Carlão, por meio da campanha permanente É Racismo! Não É Um Mal Entendido, já realizou várias atividades em parceria com a Faculdade de Educação da Unicamp e, desde as primeiras pichações racistas deste ano, iniciou uma série de ações, como visita à universidade, Moção, reuniões com Reitoria e outras entidades, apoio e participação em Ato Contra o Racismo, promovido pelo Núcleo de Consciência Negra da Unicamp.

OBS.: A Adunicamp fica na Avenida Érico Veríssimo, 1.479, Cidade Universitária Zeferino Vaz.

Informações adicionais

O Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI), implementado no Brasil em 2005, definiu o racismo institucional como “o fracasso das instituições e organizações em prover um serviço profissional e adequado às pessoas em virtude de sua cor, cultura, origem racial ou étnica. Ele se manifesta em normas, práticas e comportamentos discriminatórios adotados no cotidiano do trabalho, os quais são resultantes do preconceito racial, uma atitude que combina estereótipos racistas, falta de atenção e de informação. Em qualquer caso, o racismo institucional sempre coloca pessoas de grupos raciais ou étnicos discriminados em situação de desvantagem no acesso a benefícios gerados pelo Estado e por demais instituições e organizações.”

- Segundo dados do IBGE e do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2010, a população negra no Brasil equivalia a 51% do total (97 milhões de 191 milhões) e as mulheres negras a 25% do total (47 milhões).

- Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2008, a taxa de mortalidade materna entre as mulheres negras, em 2007, era 65,1% maior que a das mulheres brancas.

- No Brasil, entre 2002 e 2010, o número de homicídios de brancos caiu 25,5%; já os homicídios de negros no mesmo período aumentou 29,8% (Weiselfsz 2012: 14).

- A pesquisa o “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas”, realizada pelo Instituto Ethos e IBGE, em 2010, revela que os negros ocupavam 13,2% dos cargos de gerência e 5,3% de diretoria. As mulheres negras eram apenas 0,5% dos cargos de diretoria.

Fonte dados: Guia de enfrentamento do racismo institucional (Geledés- Instituto da Mulher Negra), disponível em

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