Eli Fernandes
A ideia de vida fora da Terra remete inevitavelmente à prospecção de novas paragens habitadas ou não por humanos e que sacudiu o eurocentrismo das concepções medievais, quando da "descoberta" da América, isso para comentar o impacto da descoberta de água em Marte, sobre nossa cultura ocidental de hegemonia judaico-cristã. Mas ao mesmo tempo faz pensar nos limites. Nossos limites encontrados na própria Terra, e vide a crise da falta de água que explode em nossas caras e os próprios limites da colonização do outro planeta, como alternativa para a vida na Terra.
O certo é que a possibilidade de vida em outro planeta pode ainda trazer explicação para o que tratamos estranhamente como sobrenatural e que converge para a espiritualidade mas que também é tratado como o fenômeno vulgarmente chamado de "marcianos", que porém evidencia o quanto ainda engatinhamos para respostas sobre vida, espírito, sustentabilidade e diversidade de pensamento.
O pensar comum de um europeu na idade média é que o mundo acabava nas prais de Portugal. Hoje nos deparamos com o mesmo limite de pensamento. Então o nosso mundo é mesmo este mundinho terráqueo?
Parecem surgir brumas de novas possibilidades. E o que os cientistas admitem, a possibilidade de vida fora da Terra, pode fomentar as respostas para o próprio campo religioso. Se é admitida a possibilidade de bactérias e outros micro-organismos nas águas de Marte, por qual motivo não admitir vidas ainda não compreendidas sob o ponto de vista do materialismo, alojadas sob "formas" de espectros em outros planetas? Daí a possibilidade de vida, no conceito espiritual, em Júpiter, Saturno ...
Mas não podemos deixar perde de vista o quanto ainda é prazerosa a possibilidade de curtir uma bela praia, aqui mesmo, dentro de nossa realidade terrestre. Mas uma praia boa, bem limpinha, areias brancas, cercadas de palmeiras e depois lindas florestas e campos verdejantes. A própria ideia de paraíso.
(Texto produzido na oficina Escrita Criativa, ministrada por Mônica Kimura e Celso Falaschi, em 7 de outubro de 2015 à Tulha do Casarão Cultural Pau-Preto, em Indaiatuba, São Paulo)
Praia de Lopes Mendes, Ilha Grande, Rio de Janeiro
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