Nutricionistas do Consea falam sobre o novo Guia Alimentar


17 de fevereiro de 2014

Nutricionistas do Consea falam sobre
o novo Guia Alimentar

O novo Guia Alimentar da População Brasileira (edição 2014) elaborado pelo Ministério da Saúde (MS) orienta os brasileiros sobre os cuidados com a saúde e como manter uma alimentação saudável e balanceada: a recomendação é pelo consumo de alimentos frescos, de procedência conhecida e utilizando como base da dieta alimentos in natura (de origem vegetal e animal), como carnes, verduras, legumes e frutas. O manual também recomenda que as pessoas optem por refeições caseiras e evitem a alimentação em redes de fast food (refeições prontas).

A iniciativa de rever o Guia Alimentar para a População Brasileira é bem vinda e necessária, avalia a nutricionista Elisabetta Recine, conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Documentos desta natureza precisam atualizar suas recomendações à medida que a realidade muda. E isto certamente aconteceu em relação à alimentação. Do ponto de vista populacional tivemos mudanças profundas na estrutura de renda e consumo e, por outro lado, a alimentação tem ocupado espaços importantes na mídia em geral com informações, em grande parte das vezes, limitadas, simplistas e que expressam poderosos conflitos de interesses, diz a conselheira, que é professora da Universidade de Brasília (UnB). Articular a dimensão individual com a coletiva, propor recomendações que também articulem o espaço do indivíduo com os fatores de determinação social da alimentação, diferenciar-se de uma revista ou reportagem descartável são vocações de um Guia Alimentar, complementa.

O manual foi elaborado em linguagem acessível e destina-se tanto ao cidadão como a educadores e profissionais de saúde. O documento foi formulado com o apoio do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS).

Para Anelise Rizzolo, que também é conselheira e professora da UnB, o Guia Alimentar é o parâmetro norteador das diretrizes alimentares brasileiras. Nele devem estar contempladas as múltiplas relações e condições que envolvem as escolhas alimentares, visando propor alternativas saudáveis, éticas, economicamente viáveis e sustentáveis para o sistema agro-alimentar. É fundamental que o Guia dialogue com problemáticas geradoras de insegurança alimentar e nutricional, como o uso abusivo de agrotóxicos e a regulação da propaganda de alimentos ultraprocessados, sinalizando o papel das políticas públicas para seu enfrentamento.

O guia também recomenda a utilizar com moderação óleos, gorduras, sal e açúcar. Produtos industrializados devem dar lugar aos alimentos in natura. Isso porque os produtos processados têm adição de sal ou açúcar para torná-los mais duráveis, palatáveis e atraentes. De acordo com a presidenta do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Piauí (Consea-PI), Norma Sueli Alberto, o Guia Alimentar da População Brasileira se propõe a orientar o consumo alimentar adequado e saudável, individual e coletivo, considerando os aspectos nutricionais, sanitários, culturais e de sustentabilidade ambiental e agro alimentar. Sua elaboração tem caráter técnico e científico e está embasada no histórico dos perfis epidemiológico, alimentar e nutricional da população brasileira. Uma abordagem dessa amplitude traz significativos elementos para a promoção e a adesão de práticas alimentares saudáveis, para a prevenção de doenças e para a segurança alimentar e nutricional n o país".

A má alimentação tem refletido na saúde e no excesso de peso da população, que hoje já atinge 51%, sendo 17% obesos, segundo a dados do Ministério da SaúdeEm 2006, os índices de excesso de peso e obesidade eram 43% e 11%, respectivamente. Crianças e adolescentes trilham o mesmo caminho: uma em cada três crianças e um em cada cinco adolescentes estão acima do peso.

"O novo guia alimentar chega num momento oportuno no sentido de ser apropriado, sobretudo pelas crianças e adolescentes, numa perspectiva educativa; a escola deve cumprir um papel fundamental no sentido de contribuir para a redução das taxas de sobrepeso e obesidade,  garantindo uma vida saudável e com segurança alimentar e nutricional", afirma a conselheira Elza Braga, professora de Nutrição da Universidade Federal do Ceará (UFC).  A obesidade é um forte fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Pessoas obesas têm mais chance de sofrer infarto, AVC, trombose, embolia e arteriosclerose, além de problemas ortopédicos e alguns tipos de câncer.

A consulta pública estará aberta até o dia 7 de maio. Para participar, basta acessar o endereço: www.saude.gov.br/consultapublica. As contribuições serão avaliadas pelo Ministério da Saúde e poderão constar do documento final.

Fonte: Ascom/Consea com informações da Ascom/MS

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