Participar de uma manifestação é uma coisa que pode ser feita de várias formas. O que gera as manifestações também são várias atitudes com relação às medidas tomadas pelo governo. A participação e as reivindicações são diferentes mas são as mesmas ruas que estão sendo ocupadas por gente que se organiza e leva suas bandeiras às portas dos palácios e sedes dos poderes. Um exercício de pressão sobre os governantes que não era costume no Brasil. Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo têm manifestações praticamente todos os dias.
O que pedir, exigir, cobrar, denunciar dos governos que estão aí e dos que já passaram por aí faz toda a diferença. Melhores salários aos professores, fim da truculência policial e esclarecimento de casos como o "Caso Amarildo", passagens de ônibus mais baratas, políticos corruptos longe do poder. A população é maioria. Quando as ruas se enchem vem logo a Polícia e começam as bombas de gás e de efeito moral. Daí os manifestantes chamados de mascarados, as prisões e os excessos de prender gente com leite de magnésia na bolsa.
É de se considerar que, se existe uma classe política interessada em forjar uma nova política, existe sim uma atitude política da população frente às trajetórias dos governos e seus protagonistas. As ruas cheias de gente são uma demonstração disto. Se a maioria da população está vendo tudo pela televisão, pelo menos já sabe que pode participar até de manifestações de rua. Se consideram os manifestantes dignos e o que pensam dos políticos (estes teriam alguma dignidade?) são as questões que se cruzam no desenrolar deste movimento que está acontecendo no Brasil.
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