Radar Policial : UMA TONELADA DE MERENDA ESTRAGA NA CEASA CAMPINAS - Novo Serviço de Jornalismo como UTILIDADE PÚBLICA na Região Metropolitana de Campinas, interior de São Paulo, Brasil

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De: Edson Silva, do Radar Policial


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EXCLUSIVO

Denúncia de desperdício na merenda escolar de Campinas

Uma tonelada de carne seca, que seria destinada à merenda escolar, em Campinas (SP), perdeu o prazo de validade e estragou na Câmara Frigorífica do Barracão da Alimentação Escolar, situada na Ceasa-Campinas, Rodovia D. Pedro I, quilômetro 140,5, altura do Jardim São Marcos.

A destinação da carne será, se isso ainda não ocorreu, o lixo e levando-se em conta o preço médio de R$ 18,00 pelo quilo do produto no mercado (valor de março de 2013), o prejuízo chega à R$ 18 mil, o equivalente a quase 10% do total gasto nas 20.454 merendas completas servidas diariamente para 193 mil alunos, em 561 escolas municipais e estaduais de Campinas.

O caso foi denunciado ao Radar Policial nas primeiras horas dessa segunda-feira, 22 de abril, por meio de mensagem eletrônica, mas documentado em foto, que mostra pacotes com a data de fabricação em 29 de novembro de 2012 e de vencimento em primeiro de março desse ano, portanto, vencida há mais de 50 dias.

Mais provas

As denúncias partiram de moradores, que por enquanto pedem anonimato, mas que estão dispostos a revelarem outras provas e, se necessário, testemunhar, pois acham absurda a falta de planejamento do Poder Público ao comprar produto que teria apenas cinco meses de validade, sem sequer levar em conta que haveria dois meses (dezembro e janeiro) de recesso escolar, portanto, sem consumo de merendas. Cabe ressaltar que a atual administração tomou posse em primeiro de janeiro desse ano, portanto, dois meses antes que os produtos vencessem.

É questionada ainda pelos denunciantes utilização da carne seca ou charque, produto extremamente salgado, para compor merenda de crianças e adolescentes de escolas, já que autoridades de saúde em geral recomendam diminuição do consumo de sódio para evitar problemas graves de saúde, como hipertensão arterial e consequentes complicações cardíacas.

Ainda segundo a denúncia, algumas pessoas chegaram consumir a carne sem saber que o prazo de validade estava vencido e, ao constatarem isso, reservaram alguns pacotes para que sirvam de provas do mal uso de verba pública. Ao receber a denúncia, a equipe de o Radar Policial tentou contato, por email, com a assessoria da Ceasa-Campinas, mas não houve retorno até a postagem desta notícia, a 01h10.

Ceasa

Informações no site da Ceasa dão conta que o Programa Municipal de Alimentação Escolar de Campinas abrange 561 unidades escolares da rede pública de ensino e é operacionalizado em parceria, por meio de convênio, com a Secretaria Municipal de Educação, desde 2001.

São servidas, em média, 255 mil refeições por dia, com 16 tipos de cardápios que atendem 193 mil alunos. Considerando o número de refeições servidas, de unidades escolares e de dias letivos, cada refeição da merenda escolar de Campinas, em 2010, custou R$ 0,88.

O site ressalta que, além do baixo custo, a merenda da cidade se destaca e é reconhecida nacionalmente pela qualidade. Entre os destaques do Programa estão o atendimento especial de escolares diabéticos e com intolerância à lactose; as ações de educação alimentar, o controle do uso de açúcar, sal e gordura e a exclusão de formulados nos preparos.

Houve um aumento de 141% de verduras, 34% de legumes e 27% de frutas nas refeições servidas de 2009 para 2011 e a inclusão de produtos integrais e mais variedades leguminosas e grãos no cardápio.

Campinas foi a primeira cidade a ter fórmula infantil para bebês na merenda escolar, um leite melhor que o de vaca. O Programa na cidade conta com monitoramento constante das cozinheiras com profissionais de nutrição e com uma cozinha experimental na Ceasa para melhorar a qualidade das receitas e fazer treinamentos, segundo a página oficial da Ceasa-Campinas.

Outras apurações

A equipe do Radar Policial apurou ainda como funciona, de modo geral, a distribuição da merenda escolar, desde a Ceasa até os estabelecimentos de ensino público da cidade.

Os produtos estocáveis chegam de 15 em 15 dias, enquanto verduras, legumes e carnes são entregues semanalmente. Entre as carnes e embutidos estariam patinho em cubos, iscas de frango, carne moída, salsicha, carne suína, filé de merluza e a própria carne seca, sendo que a distribuição de determinados varia entre um e outro estabelecimento de ensino.



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