Mosaico Cultural de Cosmópolis trata relação Brasil – China "200 anos de Amizade"
O programa Mosaico Cultural da Prefeitura de Cosmópolis trouxe a palestra gratuita à população, "Brasil & China, Duzentos Anos de Amizade", realizada na noite da terça-feira, 25 de setembro de 2012, no Auditório XV de Outubro da Escola Educador Paulo Freire. O evento contou com a participação de público como de estudantes da cultura chinesa e do mandarim, um dos idiomas oficiais da China.
Realização da Secretaria Municipal da Cultura, a palestra foi do diretor da Escola Chinesa de Campinas e Secretário Geral do Instituto Aliança Brasil-China (que é palestrante e conferencista sobre as Relações Internacionais e cultura chinesa), Sung Tien Lo, um chines de 56 anos, naturalizado brasileiro. Ele é economista e professor convidado da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e também da Facamp (Faculdades de Campinas).
Às 20 horas, no auditório da escola municipal de educação básica, o chines Sung Tien lembrou de marcas da presença chinesa no Brasil. Dos chineses que vieram contratados para ensinar o uso de ervas medicinais à influência da nova potência mundial, esta relação foi pontuados por momentos como o do cultivo de chá no Vale do Anhangabaú, em plena capital paulista no século 18, ou mesmo antes, quando a Medicina Tradicional Chinesa, hoje presente no Sistema Único de Saúde (SUS), ainda inicia sua influência no Brasil.
Ele lembra o fator étnico já que chineses e indígenas brasileiros têm a mesma origem e ainda cita o peso das relações comerciais que hoje permeiam as duas nações. "No passado os chineses deixaram a região do Vale do Anhangabaú porque descobriram que onde praticavam a agricultura havia sido um cemitério indígena e posteriormente de escravos negros africanos. Foi uma postura de respeito, algo muito importante para o chinês", disse. Ele contou da época em que mais de 100 chineses foram trazidos depois de passar por Lisboa, Portugal, para trabalhar em São Paulo.
Da Capital, onde não quiserem mais ficar, os chineses foram para a região do Vale do Ribeira. Ele lembra que também na Região Metropolitana de Campinas a presença chinesa no Brasil ficava evidente no antigo Largo do Pará, no Século 20, quando ainda havia no local uma edificação semelhante a um quiosque, mas de arquitetura chinesa, e que mais tarde foi demolida durante a execução de um plano de reformulação da região central de Campinas.
Confira entrevista com Sung Tien Lo:
Quando que vieram os primeiros chineses ao Brasil?
Mil, oitocentos e doze, a convite de D João VI , os chineses vieram contratados para o plantio de ervas medicinais, chá, e construção civil, levantando prédios, e palácios para abrigar a nobreza real portuguesa.
Em quais outros momentos os chineses vieram?
A primeira imigração foi em 1812, a segunda imigração de 1940 a 1960 e a terceira imigração, de 1990 até hoje.
Qual é hoje a realidade dos chineses que vivem no Brasil?
Duas realidades, uma pela sobrevivência e liberdade por viver em um novo país emergente.
A outra realidade, é a interatividade progressiva de investimentos chineses no Brasil, trazendo seus executivos, e engenheiros para suas filiais.
Como vive a maioria dos chineses no Brasil?
A grande maioria tem suas economias geradas com trabalho e investimentos, e estão no patamar das classes A e B.
Aqui o chinês vive melhor que na China?
Sim, tem mais liberdade de ir e vir, e a sociedade brasileira os recebe bem.
O que o Brasil tem para aprender com a indústria e com a economia chinesa?
Produção em escala com custo operacional reduzido, revisão tributária e um governo com mais poderes de controle tarifário.
O que mais interessa aos chineses no Brasil?
Uma vida mais pacifica, e viver em regiões sem catástrofes naturais.
Qual imagem o senhor acha que os chineses têm do Brasil?
Um pais de grandes riquezas, oportunidades de criar seus filhos e futuras gerações com segurança.
Existe de fato cooperação entre os países do grupo chamado "Brics"?
A interatividade entre o Brasil e a China é de fato mais acentuada.
O crescimento econômico da China acabou?
Está no auge, teremos mais 20 anos de produções em escala, e somente com o surgimento de novas regiões, como o Vietnan, a China começará com o processo migratório industrial.
Como o senhor entende o trabalho de formação cultural de outras potências como a Alemanha para distanciar os produtos chineses?
A economia mundial, hoje depende muito de um ao outro, a Alemanha é acima de tudo, um grande parceiro industrial, com transferências de tecnologia, portanto os produtos made in China são muito bem aceitos na Europa, não existe restrições.
Como o chinês recebe e como ele trabalha como situações mais agressivas como, por exemplo, o apelido jocoso de "ching ling" como sinônimo da suposta má qualidade dos produtos chineses?
Produtos de baixa qualidade são adquiridas por importadores do mundo. Os importadores de produtos de baixa qualidade têm suas razoes para comercializarem estes produtos, não que a China só produza baixa qualidade. Hoje é muito comum, importadores e parceiros estrangeiros visitarem fábricas chinesas, colaborando com a boa qualidade. Em resumo, produtos de baixa qualidade têm seu especifico publico.
Onde está inserida a Cultura chinesa no Brasil?
Em vários setores, como a gastronomia, datas festivas, comércio, nas instituições acadêmicas.
E a do Brasil na China?
O futebol é e uma grande aceitação esportiva. A gastronomia, pois hoje temos 64 churrascarias brasileiras na China. O idioma português é inserido em Macau.
O fato de Macau ter sido colonizada por portugueses significa algum laço?
Sim, o Brasil representa uma grande nação de língua portuguesa e existe um comércio bilateral com muita identidade cultural.


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