Fwd: Haitianos e africanos são aproximadamente 2 mil em Campinas. Vereador propõe Coordenadoria



Carlão propõe Coordenadoria de Políticas Para Movimentos Migratórios e Comunidades Estrangeiras


Estima-se que vivam hoje em Campinas aproximadamente 2 mil pessoas vindas nos últimos anos do Haiti e de países da África. Sem atendimento adequado, elas enfrentam uma série de dificuldades, que vão desde a falta de moradia e o desconhecimento do idioma até a discriminação racial, que os negros brasileiros já conhecem bem


Campinas, 28 de Maio de 2015- O vereador Carlão do PT propõe a criação da Coordenadoria de Políticas Para os Movimentos Migratórios e Comunidades Estrangeiras no Município. O objetivo é acolher os estrangeiros quando chegam a Campinas e facilitar o acesso a direitos fundamentais, como emissão de documentos, saúde, moradia, educação e trabalho, dando atenção adequada a refugiados e enfrentando problemas como tráfico de pessoas e trabalho escravo. A proposta foi feita por meio de Indicação à Administração Municipal e apresentada no evento Diálogo com Africanos, na quarta (27/5), na Unicamp.


Entre os que mais têm chegado à cidade nos últimos anos estão os haitianos e africanos. O diretor da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania, Fábio Custódio, presente no evento, estima que vivam hoje em Campinas aproximadamente 700 haitianos e 1,3 mil africanos, provenientes de diversos países da África, como Gana, Senegal, Cabo Verde, Moçambique e Nigéria. Sem o atendimento adequado, eles enfrentam uma série de dificuldades, como o acesso a moradia e emprego; abertura de conta bancária; de comunicação, já que muitos não falam Português; e a discriminação racial, que os negros brasileiros já conhecem bem.


Essas e outras dificuldades foram apresentadas por um grupo de haitianos residentes no Distrito de Barão Geraldo, no evento Diálogo com Africanos, promovido pela Comissão Especial de Estudos da Lei 10.639/03 da Câmara Municipal (CEE) e pelo Fórum de Educação e Diversidade das Relações Étnico Raciais, na quarta (27/5), na Faculdade de Educação da Unicamp, entre uma série de atividades da Semana de Solidariedade aos Povos Africanos. Segundo Berhman Garçon, antropólogo haitiano que vive em Barão Geraldo desde 2010, a comunidade haitiana residente no distrito reúne hoje aproximadamente 300 pessoas, dos quais 35 estudantes da Unicamp.


Idioma


Berhman avalia que o desconhecimento do idioma seja um dos principais problemas do grupo, já que dificulta o acesso ao emprego mais qualificado. "Eu e muitos outros temos formação, mas muitos acabam sendo empregados em outras áreas (como construção civil e limpeza) porque não sabem falar Português. No CEPAT (Centro Público de Apoio ao Trabalhador) ninguém fala francês ou crioulo", diz o antropólogo haitiano e mestre pela Unicamp.


Custódio disse que a Prefeitura está em busca de soluções para a viabilização de um curso de Português para esses estrangeiros, a tradução de alguns materiais impressos do Município para o francês e avalia a possibilidade de levar uma unidade do CEPAT a Barão Geraldo. "Precisamos de tradutores voluntários, provisoriamente, até podermos estruturar um centro de atendimento ao imigrante", diz o diretor, sem estimar prazos.


É Racismo. Não é Um Mal Entendido!


Alguns haitianos relataram episódios em que foram vítimas de preconceito racial em Campinas. Berhman explica que isso é novidade para eles, já que "no Haiti não existe racismo". "Quando cheguei ao Brasil, com visto de estudante, fui indagado na Polícia Federal do motivo de estar vindo para cá se não sabia falar Português. O fato é que não perguntam o mesmo a um turista americano, branco, que só fala inglês", disse. Ele também relatou episódio no bandejão da Unicamp, logo que chegou, em que outros estudantes brancos saíram da mesa imediatamente quando ele se sentou.


Outra situação relatada por Berhman ocorreu em bairro residencial de Barão Geraldo, quando ele e outros haitianos em seu "carro velho" transitavam a procura de um endereço e, ao pedir informações, moradores suspeitaram de que seria um assalto. A Delegada Terezinha, que participou do Diálogo representando a Secretaria Municipal de Segurança, perguntou sobre a ocorrência de possíveis abordagens inadequadas de guardas municipais. Outro haitiano morador de Barão contou que foi abordado e revistado em frente à sua residência, sem nenhum motivo para suspeita, mas por policiais militares.


O vereador Carlão advertiu aos haitianos que "o racismo no Brasil mata", a exemplo do "genocídio da juventude negra nas periferias das grandes cidades", e está presente em diferentes setores públicos por meio do "racismo institucional, com servidores despreparados". Carlão tem a busca pela igualdade racial entre as prioridades de seu mandato, tanto que uma das primeiras iniciativas foi o lançamento da campanha permanente de combate ao racismo 'É Racismo. Não é Um Mal Entendido!', em parceria com grupos do movimento negro da cidade.


Atualmente, Carlão preside a Comissão Permanente de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal e a CEE da Lei 10.639/03, que discute a aplicação do ensino da história e cultura africana e afro-brasileira em todas as escolas de ensino fundamental e médio da cidade, conforme previsto na lei, como ferramenta de combate à discriminação racial.  


Mais informações (19) 3736-1314

comsustentavel@gmail.com

https://www.facebook.com/vereadorCarlaoPT



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