População de Cosmópolis compareceu ao Sarau Cultural da cidade no sábado à noite
Cosmópolis ofereceu neste sábado, uma opção de cultura gratuita e de qualidade. Foi o Saraucura, o Sarau da Cultura de Cosmópolis. O programa começou às 19h30, na Sede da Secretaria da Cultura e seguiu pela noite com diversas expressões artísticas e culturais. O Saraucura é realizado pela Prefeitura de Cosmópolis, por meio da Secretaria Municipal da Cultura, tem o intuito de realizar encontros mensais em que expressão poética e artística encontram espaço.
O Sarau contou com Exposição de quadros de óleo sobre tela da professora Isabel Cristina Boreli Wittig da Escola da Família - GEPAN e suas alunas: Andrea Fernandes, Dulcinéia Castilione da Costa, Ivone Cavalieri Domini, Rosimeire Aparecida Soares, Maricilda Rodrigues, Eva Dias, Maria Fátima Bitarães e Rosana Garcia. Também contou com a apresentação musical com os alunos do cursos da Escola de Música Giga: July Araújo Castro, Gisele Cruz, Cristina Mel, Beatriz Munhoz, Glenda Cristine de Oliviera, e nos Violões Gustavo Queiroz e Gabriel Queiroz, Guilherme Caetano, Taiane Anunciação,
E o Saraucura de Cosmópolis também contou com citação de poemas de Robson Cavalcante, que escritor, poeta, músico e maestro e que trouxe alguns de seus poemas autorais. Também contou com a estudante de música Marcela Romanholi, que veio ao Saraucura, especialmente para recitar uma poesia: Na véspera de completar, 26 anos, e poetisa. "Participar deste sarau é muito bom, muito gostoso, uma oportunidade perfeita para eu declamar as minhas poesias e as outras pessoas também declamarem poesias lindas. Perfeitamente incrível para mim. Hoje eu me sinto uma estrela. Desde a quarta série. Ela já escreveu um livro de poesias chamado Beleza da Natureza que ela escreveu: "Já faz um tempinho e foi na escola. Só com poesias minhas, de assuntos gerais, assim. Juntei todas as minhas poesias escritas e formei um livro.
Perguntada sobre o que a inspira escrever, ela responde: "Músicas, e uma brincadeira que eu vou falar agora, mas é verdade: tevê, rádio, internet, músicas, músicas românticas, o teclado que eu tenho em casa, tudo isso me inspira". E ela declamou no Saraucura a poesia "O Mar e Eu" da qual são destacados os seguintes trechos: "O mar, com tanta braveza, com tanta leveza, com tanta beleza ... O mar de água salgada, mar forte... Mar de água salgada, valente como eu. Para quem é salgado comigo, sou salgada, para quem é doce comigo, sou doce", declamou.
Marcela considera ter o dom da poesia e por isso resolveu escrever livros, mas afirma que não sabe dizer quando começou ser poeta. Ela sabe, sim, dizer que vê o mundo de forma poética, o que foi uma escolha feita por ela. "Eu sou uma poetisa de verdade. Ela recebeu apoio de amigos e também da professora da escola que frequentou. Diz que se sente melhor quando escreve uma poesia: "Sim, eu me sinto bem melhor, pra falar a verdade, me faz bem. Parece que eu me sinto feliz e à vontade, me exprimo, e vem fácil como eu escrevo fácil.
Marcela Romalholi considera que falta poesia no mundo e falta também sensibilidade às pessoas para notar a "poesia que está por aí". "Como já existem muitos artistas, poetas, poetisas, enfim, muitas expressões poéticas, não há falta de poesia, mas o que falta é que tem que ter alguém para apreciar a poesia, aí não faltar poesia no mundo. A gente tem que apreciar a poesia para trazer a poesia para o mundo da gente. Para que tenhamos vidas mais poéticas". Ela dá uma dica para quem deseja escrever ou manifestar-se artística e culturalmente: "A minha mensagem é que é uma muito bacana para quem é sensível poder se sentir amada e que é preciso valorizar a vida. A vida, com poesia, é mais gostosa, para ser vivida e brilhante e tentar viver a vida que temos como quem faz as escolhas sobre o que quer viver", disse.
Importante dizer que ela é uma pessoa que vive com a síndrome de Down e que ela mesma prefere chamar de trissomia do 21. "Eu percebi que Síndrome de Down é trissomia 21". A Marcela explica que é a mesma coisa que síndrome de Down, mas que o termo trissomia do 21 é preferível pelas pessoas que vivem com a síndrome. "Considero que é um termo mais legal. Para priorizar o fato de ser especial, para não ser isso não ser visto como uma patologia, mas parte de mim. É a constituição genética da pessoa. Eu sou uma pessoa que precisa ser integralmente o que sou. Eu não sou doente", disse.
As artes e a cultura, na opinião dela, assim como ajudam-na a se desenvolver, são capazes de desenvolver qualquer pessoa em qualquer situação, seja ela como for. "Acho que o sarau cura a tristeza, cura as pessoas, é um lugar lindo onde a gente pode vir passear e é muito agradável. Sarau cura mesmo qualquer pessoa, todo mundo deveria participar, porque faz bem para a convivência, para o corpo e para a alma", finaliza, revelando ainda que faz canto: "Como eu faço aula de canto, que também é uma arte, são várias músicas de diversos estilos. Canto músicas religiosas, tanto católicas como evangélicas e sertanejo".
Quem explica este programa permanente da Secretaria Municipal da Cultura é o secretário da Cultura de Cosmópolis, Antonio Sérgio dos Santos, o "Moita": "Nós estamos querendo ter nesta cidade um espaço onde as pessoas possam expressar sua arte e isso é um trabalho muito lento porque você tem que motivar as pessoas a jogar fora aquilo que ela tem dentro dela e a Prefeitura de Cosmópolis, através da Secretaria da Cultura, viu isto como um desafio, de criar um clima para isso e para que as pessoas se reconheçam também como artistas da cidade. Este é o objetivo central da política pública que esta gestão desenvolve. Despertar nas pessoas aquilo que nem ela mesma conhece, que é a arte de expressar, cantar, declamar ou mesmo de fazer um pequeno gesto que mostre que ela tem dentro de si uma atitude cultural", disse.
Para ele o Governo (nos três níveis: municipal, estadual e federal) pode ajudar a sociedade a se desenvolver culturalmente. "Nesta tarefa o Governo pode ajudar, mas se as pessoas quiserem. O papel do Governo é criar espaços para que as pessoas possam por para fora aquilo que elas têm. E este País é um país rico de cultura. Ele precisa é de espaço e apoio do Governo Federal, Estadual e Municipal, como estamos fazendo aqui. Frequentadora assídua do Saracura, a moradora do São João, Petronília Borges de Andrade, gari, considera muito boa a iniciativa de Cosmópolis de promover o Sarau Cultural Saraucura para proporcionar atrações culturais de "alta qualidade" e de acesso gratuito para a população. "Meu menino adora vir. Apesar da minha idade, eu tenho um filho de 10 anos que adora vir aqui", disse a moradora de Cosmópolis de 57 anos que não perde nenhuma edição do Saraucura.
Eu trago ele aqui porque ele é meu único filho pequeno e aqui ele fez um monte de amigos. Além disso, é um lugar que a gente vem, curte cultura e fica conhecendo todas as pessoas da cidade. Eu sinto que faz diferença até em casa, com a minha família, a gente passa a se dar bem melhor", explica. "Eu sou mãe dele mas também tennho de assumir o papel de pai dele. Quando ficava em casa ele era uma criança muito solitária. Agora não, ele está mais ativo e mais criativo. Aconselho as pessoas, em seus grupos de trabalho, em suas famílias, a trazerem seus queridos para este espaço maravilhoso que é o Saraucura", disse.
O prefeito de Cosmópolis Dr. Antonio Fernandes Neto considera que a promoção e o estímulo à Cultura são investimentos primordiais na política pública de qualidade e que desenvolver a Cultura de um povo e dar terreno fértil para a inovação e uma cultura de paz. O nome Saraucura é um trocadilho com as palavras, "sarau" e com "saracura", uma ave comum no Interior do Brasil. O Sarau foi realizado na Secretaria de Cultura de Cosmópolis, à Rua Santa Gertrudes, 254 (antigo Grêmio Estudantil), no bairro Sericicultura, perto do Terminal Rodoviário da cidade.
O evento contou com entrada franca.
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