Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Campinas considera ditadura "civil-militar"

Comissão de Direitos Humanos participa de Semana Municipal "Memória e Direitos"

20/03/2013
Comissão de Direitos Humanos participa de Semana Municipal
Reunião da Comissão de Direitos Humanos
Com o objetivo de tornar pública a discussão em torno dos crimes contra dos direitos humanos, cometidos ao longo da Ditadura Civil-Militar que se instalou a partir de 1964 no Brasil, a Comissão Permanente de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de Campinas participará junto a outras entidades da Semana Municipal "Memória e Direitos Humanos".
A programação que vai de 1º a 5 de abril contará, no dia 02 de abril, a partir das 14h, com a participação do secretário nacional de Justiça e presidente da Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, Paulo Abraão.
No último dia do evento será a vez da discussão, com pessoas da cidade que foram torturados no período da Ditadura, sobre "Memória e Resistência Política". (Veja programação abaixo)
O anúncio foi feito pela Comissão Permanente de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Campinas, sob a presidência do vereador Vinícius Gratti (PSD), que se reuniu nesta quarta-feira (20/03) e deliberou também sobre o encaminhamento do requerimento de abertura de uma subcomissão para analisar a violência contra a mulher na cidade, sob a presidência do vereador Carlão do PT, para a Comissão Permanente da Mulher.
Gratti também anunciou a vinda do presidente da OAB- Subsecção Campinas, Daniel Blikstein e dos membros da Comissão de Direitos da entidade na próxima reunião (17/04) para prestar esclarecimentos sobre o trabalho no município.
Na pauta foi discutida ainda a apresentação de uma Moção de Apoio ao PL da deputada federal Cida Borghetti (PP-PR) que acrescenta artigo ao Estatuto da Criança e do Adolescente sobre deveres e responsabilidades das crianças e adolescentes relacionadas à violência contra professores. O vereador Carlão do PT pediu cópia da proposta para que possa deliberar sobre o tema. "Precisamos ter conhecimento da matéria, pois a meu ver o Estatuto da Criança e do Adolescente é completo, o que falta é seu cumprimento", ressaltou. Após a análise da matéria é que a comissão vai deliberar sobre a proposta.
Por sugestão do vereador Paulo Galtério (PSB) a comissão apresentará uma Moção de Apelo pela liberdade dos brasileiros presos na Bolívia, por conta da investigação da morte do jovem boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, no jogo entre Corinthians e San José, no último dia 20 de fevereiro, após ser atingido por um sinalizador. "É impossível os doze soltarem o rojão ao mesmo tempo, pois se um o fez, existem outros onze inocentes encarcerados", justificou.
Por fim, a Comissão deliberou, a pedido do vereador Carlão do PT, que se faça o pedido de números estatísticos à Polícia e outros órgãos sobre a morte violenta de jovens em Campinas. "Essa informação será importante para que possamos elaborar propostas de políticas públicas para a juventude", salientou.


Semana Municipal MEMÓRIA E DIREITOS HUMANOS
De 1º a 05 de Abril de 2013
Locais: Câmara Municipal de Campinas, Museu da Imagem e do Som de Campinas

Programação:
"1964 - Um golpe contra o Brasil", de Alípio Freire – com a presença do diretor para debater o filme; feito a partir de depoimentos de personagens que viveram, como militantes, aquele período, o filme discute as razões que levaram ao golpe civil e militar que derrubou o governo do presidente João Goulart. Almino Affonso, à época deputado federal e ministro do Trabalho do governo Jango, Rafael Martinelli, dirigente do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), a socióloga Maria Victoria Benevides, o médico Reinaldo Murano, o então presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Aldo Arantes, e o coordenador nacional do MST João Pedro Stedile estão entre os personagens ouvidos. O filme traz ainda uma série de depoimentos e revelações inéditas sobre as tentativas de golpe anteriores de Jânio Quadros, e o papel central dos EUA no golpe civil-militar dado no Brasil. O filme pretende ser um dos primeiros e mais contundentes materiais formativos acerca dos 50 anos do golpe, e deve ter como público fundamental, nas palavras do diretor, "os estudantes, trabalhadores e trabalhadoras mais jovens, para que eles possam conhecer melhor nossa história e formarem a sua própria opinião".

Sessão da Câmara Municipal de Campinas com o Sr. Paulo Abraão, Secretário Nacional de Justiça e Presidente da Comissão da Anistia, do Ministério da Justiça;
19 horas, MIS Campinas
Lançamento do filme "Padre Míltom Santana : religioso, político, social", de Juliana Siqueira (MIS 2013); seguido de debate com o ex-vereador Prof. Carlos Signorelli, Prof. Alfredo Gomes, Historiador Orestes Toledo e da diretora Juliana Siqueira); filme de arquivo produzido a partir de depoimento concedido pelo Padre Miltom Santana a Orestes Toledo, em 1992, preservado no acervo do MIS Campinas. Vinte e um anos depois, o pensamento daquele que ficou conhecido como o "Padre Comunista" continua atual. Como um profeta que denuncia a injustiça para anunciar que um outro mundo é possível, Padre Miltom fala sobre a entrada na vida religiosa e sua opção pelo cristianismo social. Declarando-se um subversivo, ele conta as perseguições sofridas durante a ditadura militar e faz um apelo à juventude.

Mesa Redonda "Centros de Documentação locais e a memória da ditadura – acervos e ações de resgate" -; com equipes do MIS, do Arquivo Edgard Leuenröth, do Arquivo Municipal, do Centro de Memória da Unicamp e do Museu Carlos Gomes, além das coordenações de cursos de história das universidades locais;

"Em Nome da Segurança Nacional" - filme de Renato Tapajós sobre o Tribunal Tiradentes, atividade desenvolvida pelos grupos de direitos humanos do Brasil, que julgou os crimes da ditadura em 1983; no Salão Nobre;


Painel "Memória e Resistência Política" sobre a ação da ditadura em Campinas, com militantes políticos e sindicais dos anos 60 e 70:

Sr. Irineu Simionato, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Borracha, sob intervenção em 64;
Sra. Roseli Bianco, militante de esquerda, presa e torturada em Campinas em 1969;
Prof. Tarcísio Sigrist, docente da PUCC, preso e torturado pela ditadura;
Sr Manoel Lino de Faria, trabalhador do Colégio Evolução, preso e torturado pela ditadura.

Texto e foto: Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Campinas

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