Manifesto do Cineclube Outubro Por um cineclube militante!


Manifesto do Cineclube Outubro
Por um cineclube militante!
Virou senso comum falarmos “vivemos tempos difíceis”. E vivemos mesmo. Em vários aspectos lembram a época da ditadura militar (1964-1985) que vários de nós vivenciamos econtra a qual lutamos. Uma das marcas do tempo presente é a prevalência do capital financeiro e dopensamentoúnico a ele vinculado: o neoliberalismo.
Somos herdeiros de uma geração de militantes que, na clandestinidade, dentro das escolas, nos bairros, nas igrejas, nos clubes, usavam do recurso da exibição de filmes objetivando organizar o povo e elevar o seu nível de conhecimento e de sua consciência política. Ontem, como hoje, temos clareza da necessidade de articularmos dialeticamente conhecimento e prática transformadora.
Os cineclubes não devem ser espaços de lazer descomprometido. Devem ser instrumentos privilegiados para o aprofundamento dos debates em torno dos temas fundamentais que afligem a nossa sociedade capitalista e dependente. Uma sociedade injusta e desigual na qual os trabalhadores, mulheres, negros e LGBT continuam sendo discriminados. A superação dessas graves assimetrias é um dos objetivos principais de um cineclubismo socialmente engajado.
Por isso, o nosso Cineclube leva o nome de Outubro, simbolizando os laços que o ligam à maior e mais significativa tentativa de construção do socialismo, ocorrida na Rússia soviética a partir de 1917. Ali, também, o cinema foi muito valorizado no processo revolucionário.
Propomos construir um cineclube democrático, popular, autogestionário e sem fins lucrativos. E não comprometido com a lógica do cinema comercial e da grande mídia. Que agregue pessoas de todas as correntes progressistas e socialistas que concordem com seus objetivos.
Pretendemos ampliar o conhecimento e a paixão pelo cinema. Tratar da sua história, do seu conteúdo político e ideológico. E, por fim, dos seus elementos estéticos, que não podem ser separados do conteúdo das obras cinematográficas. Forma e conteúdo tende a formar uma unidade. Nosso conceito de cinema político não se relaciona apenas com a temática, mas também com a sua linguagem.
O nosso lema serão os verbos: exibir, debater, refletir e produzir. Além de exibirmos filmes tratando, fundamentalmente, de temas políticos e sociais e debatê-los, pretendemos organizar oficinas e cursos sobre história do cinema e de edição de filmes. E, também, assessorar a produção de curtas e médias metragens, ficção e documentário.
Na medida do possível, levaremos as atividades do cineclube às escolas e aos bairros populares. Queremos discutir, em especial com os trabalhadores, a juventude e as mulheres. Nosso objetivo principal é contribuir na construção de um novo mundo, justo, democrático e socialista.

Campinas, 29 de agosto de 2018.

Sala de Exibição do Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas.



Plano Trabalho 2018/2019

·         Seguir projetando filmes de caráter político e social pelo menos uma vez por mês, seguido de debates;
·         Realizar curso sobre a história do cinema brasileiro e outros temas;
·         Realizar documentário sobre a Frente Brasil Popular de Campinas;
·         Realizar curso sobre edição de vídeo para as redes sociais;
·         Realizar curso básico de como produzir um documentário;
·         Realizar ciclos de cinema envolvendo os seguintes temas: Cinema e a Ditadura Militar; o Direito no cinema; o Mundo do Trabalho através do Cinema; a questão das mulheres, dos negros e LGBT;
·         Estabelecer parcerias com outras entidades e instituições.

Programação Cineclube Outubro 2018 *

·       14/09 – 19 horas - Documentário Afastando Muros,  sobre a vida e militância do professor da PUCC Arnaldo Lemos, com a presença da diretora  Anna Petta.
·       12/10 – 19  horas - O Insulto, dirigido por Ziad Doueiri.
·       20/10 – 19 horas -  Bandeiras em retalhos, dirigido por Sérgio Ricardo (Programação da 11ª Mostra Luta). 
·       24/10 – 19 horas - Dedo na ferida, dirigido por Silvio Tendler (Programação da 11ª Mostra Luta).
·       08/11 – 19 horas - Eu não sou seu negro, dirigido por Raoul Peck. Comentadores Humberto Bersani e Iki Banto
·       14/12 – 19 horas - Documentário “História que o nosso cinema (não) conta” - Participação da diretora Fernanda Pessoa e do montador Luiz Cruz.

As exibições são sempre na sede do Museu da Imagem e do Som de Campinas (R. Regente Feijó, 850 – Centro)

* Programação sujeita à mudança

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