"Oremos", diz o padre
Editorial:
Fé (e Coragem, Amiga!)
Quem diria, nos anos setenta do século passado, que um crente poderia ir ao seu culto, chegar em casa e postar na sua própria mídia uma redação sobre, por exemplo, o que o pastor disse sobre Deus e a opinião do próprio cristão sobre a fé no poder de Jesus. Para que chegássemos neste ponto de liberdade de expressão, no entanto, é hoje "público e notório" que diferentes guerras foram e ainda são travadas e que muitas vidas foram ceifadas ou ameaçadas sob tortura enquanto defendiam os seus e os meus direitos democráticos. Eu nasci em 1974 quando um cara chamado Médici estava em plena atividade no exercício de comandante oficial do regime militar que controlou o Brasil e chegou ao trono com apoio de pelo menos uma conexão latina de articulação com poder externo chamada de "Plano Condor", relacionando os governos de vários países no então conhecido "Terceiro Mundo", agrupamento de países pobres onde mescla-se as sobras e mazelas da colonização, industrialização e posterior transnacionalismo das grandes corporações que desde a época da criação da Companhia de Jesus operam em sistemas mundiais de disputas territoriais e, principalmente, pelos corações e mentes das pessoas que moram nestes lugares ou que, de alguma forma, deixaram de habitá-lo para dar lugar e vez aos consumidores que podem ser eles, os nativos, suas proles miscigenadas ou não com os invasores, conquistadores ou "parceiros comerciais". Fé!
Da tendência do final do século vinte ao cenário atual de transnacionalidade das empresas e da volatilidade do capital, sobra a construção cultural realizada sobre os rizomas norte-americanos, alemães, ingleses, latinos, e orientais, entre outros, capaz de levar parte das populações de países disformes e distantes como o os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) a acreditarem que realmente ascenderam socialmente de estatuto social ao nivelarem por baixo o padrão de qualidade de vida através de campanhas permanentes como as que defendem os valores de sustentabilidade dentro das próprias Sociedades Anônimas que envenenaram o ar, a terra, a água, as mentes e os sentimentos das pessoas. É sobre estas teias que hoje são garantidos os funcionamentos de mega corporações que produzem as hóstias contemporâneas, comprimidas, difundidas e consumidas como remédios para salvação parcial, indulgente, de concessão do direito à vida numa negociação desproporcional em que os Laboratórios oferecem a droga que você mesmo paga para ser produzida para corrigir as panes do sistema operacional da indústria da qual você é menos que uma peça e, sorrateiramente, manter este estado de expectativa constante sobre qual será a próxima peste, viral, bacteriana, mental, enfim, fruto do próprio vazio institucional.
"Oremos", diz o padre. Agora em latim ultramarino do pé da cordilheira que o condor novamente sobrevoa com lágrimas em seus olhos, numa mistura de rancor e amor. Ódio ao ver o seu nome no plano de Guerra meio revelado, meio mascarado, amor pela harpia e pela águia careca que nos céus da América nunca tinham visto aves de rapina pintadas de vermelho e azul, amarelo e branco... Cruzavam nos céus com as lindas aves pretas que hoje recolhem comida não mais nos jardins do Éden, mas dos lixões, ou seja, "Aterros Sanitários" (kkk) das metrópoles nojentas e poluídas espalhadas pelo Planeta. É preciso mesmo ter muita fé pra continuar, mas já não dá para conviver com a ideia de um deus tão poderoso, cruel e cínico que finge não notar que isso tudo está acontecendo. Affffff! [Eli Fernandes, Jornalista]
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